Quando nos perguntamos “o que é Deus?”, entramos numa das maiores questões da humanidade. Allan Kardec, através do Livro dos Espíritos, oferece uma resposta clara, simples e profundamente reveladora, voltada tanto à razão quanto ao sentimento. Vamos explorar essa resposta de maneira prática, tornando acessível o entendimento para todos.
A definição fundamental (Pergunta 0001)
Segundo a primeira pergunta do Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta aos Espíritos superiores:
Pergunta: O que é Deus?
Resposta: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”
Essa definição destaca dois pontos essenciais:
- Inteligência Suprema: Deus é a consciência maior, o princípio inteligente absoluto.
- Causa Primária: Deus é a origem de tudo o que existe.
Essa ideia elimina visões materialistas ou antropomórficas. Deus não é um “homem velho com barba branca” como é comum imaginar, mas sim a inteligência que rege todo o universo.
Por que essa definição importa?
1. Um Deus Racional
O Espiritismo propõe um Deus que pode ser compreendido pela razão. Não exige fé cega, mas convida à reflexão lógica sobre a existência.
2. Universalidade
Essa visão é compatível com diferentes religiões e filosofias que reconhecem um princípio inteligente criador, reforçando a ideia de que a verdade é universal.
Características atribuídas a Deus
Nas perguntas seguintes, Allan Kardec aprofunda as qualidades de Deus:
- Eterno: Sem começo nem fim.
- Imutável: Não muda, pois é perfeição absoluta.
- Imaterial: Não é feito de matéria.
- Onipotente: Todo-poderoso, mas sem arbitrariedade.
- Onisciente: Conhece tudo.
- Justo e Bom: A justiça e a bondade supremas são seus atributos.
Essas características ajudam a construir uma visão de Deus que não é humana, mas sim uma força moral e inteligente por trás do universo.
Deus e a ciência: antagonismo ou harmonia?
O Espiritismo é uma doutrina que propõe a harmonia entre fé e ciência. Ao falar de Deus como causa primária, ele respeita os fatos científicos e se propõe a compreender a ciência como revelação das leis divinas.
Por exemplo, as leis da física não anulam Deus, mas sim são expressões da sua inteligência no funcionamento da natureza.
Como entender Deus no dia a dia?
Para o leigo, compreender Deus pode parecer algo distante. Mas, segundo o Espiritismo, vemos Deus em tudo:
- Na perfeição das leis naturais.
- Na beleza da criação.
- No instinto de conservação.
- Na capacidade de amar e de evoluir.
Cada ato de bondade é um reflexo dessa inteligência maior agindo em nós.
Erros comuns sobre Deus
1. Humanizar Deus
Muitos ainda imaginam um Deus vingativo, humano em suas paixões. Kardec esclarece: Deus é perfeito, portanto, não sente raiva, não castiga por vingança.
2. Negar a existência de Deus pela ciência
Negar Deus porque não pode ser “visto” é como negar o vento porque não se pode tocá-lo. O efeito é a prova da causa.
Conexão com outras doutrinas
Interessantemente, várias tradições convergem para uma ideia semelhante:
- No Cristianismo, Deus é amor.
- No Islamismo, Deus é misericórdia e poder.
- No Hinduísmo, Brahman é a consciência universal.
- Na filosofia grega, o Primeiro Motor Imóvel de Aristóteles.
Isso mostra que, no fundo, a humanidade reconhece intuitivamente a existência de uma inteligência criadora.
Importância para a evolução moral
Saber que Deus é justo e bom muda a maneira como vivemos:
- Incentiva a responsabilidade pelas nossas ações.
- Reforça a esperança na justiça divina.
- Estimula o amor ao próximo.
Educação espiritual
A consciência da presença divina no cotidiano é parte da educação espiritual que o Espiritismo promove.
Conclusão
Entender o que é Deus segundo Allan Kardec é um convite à reflexão profunda, mas também à simplicidade: Deus está em tudo que é bom, justo e harmonioso. E você, como compreende Deus em sua vida?
Mais do que uma crença, é um caminho para viver melhor, evoluir espiritualmente e construir um mundo mais justo.
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